segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

O que é Religião





Ao ler o livro Seleta de Krishnamurti, tirei alguns excertos de seus textos e exponho-os abaixo para o conhecimento de todos que estão a procura de explicações daquilo que nos intriga; como este é um assunto que sempre causou disputas e discussões, escolhi este local para os comentários que se fizerem necessários;
"Ora, pode a mente em que foram gravadas as culturas e as tradições, os dogmas do cristianismo, do hinduísmo, do budismo, conhecer o seu condicionamento? Pode ficar cônscia desse condicionamento e libertar-se dele, tornando-se, assim, apta a descobrir se há algo mais do que a (…) esfera do conhecido? (…)
Se compreenderdes (…) Imaginais que qualquer sociedade ou livro vos pode dar sabedoria? Livros e sociedades podem fornecer-vos noções; se, porém, disserdes que uma sociedade vos pode dar sabedoria, estareis, simplesmente, depositando nela a vossa confiança (…) Se a sabedoria pudesse ser adquirida por meio de uma seita ou sociedade religiosa, todos seríamos sábios, pois as religiões existem há milhares de anos. (…) A sabedoria é a compreensão do fluxo contínuo da vida ou da realidade, e somente é aprendida quando a mente está aberta e vulnerável (…)
Religião, pois, é compreensão da vida diária, e não uma teoria ou um processo de isolamento. Um homem religioso que recita certas palavras e ao mesmo tempo explora a outros, sem misericórdia, é obviamente um “escapista”; sua moral, sua respeitabilidade não tem significação. A compreensão do “eu” é o começo da sabedoria, (…) não é reação. Só quando compreendo todo o processo da reação, que é condicionamento, só então existe um centro sem ponto, que é sabedoria.
A verdadeira religião é o “experimentar”, que nada tem que ver com a crença. É aquele estado mental que, no processo do autoconhecimento, descobre a verdade instante a instante. A verdade nunca é contínua, nunca é a mesma (…) E só a mente religiosa, e não a mente ideológica, é capaz de resolver o problema. Citar palavras de outras pessoas não tem valor algum. A mente que cita, seja Platão, seja Buda, é incapaz de “sentir” a realidade. Para experimentar (…)a mente deve estar de todo desnuda; (…)
Religião, pois, não é crença; religião não são cerimônias; religião não é idéia (…) Religião é o “experimentar” a verdade do que é, momento a momento. A verdade não é um fim supremo (…) A verdade se encontra no que é; está no presente, nunca é estática. (…) Todas as religiões, tal como são atualmente, dividem os homens. As crenças dessas religiões não são a verdade. A verdade (…) só pode ser conhecida quando há um findar, o findar que está implicado na morte. (…) Por conseguinte, nem o crente nem o incrédulo podem experimentar a realidade." (Texto extraído do livro SELETA de Krishnamurti)
"Muitas doutrinas são como vidraças da janela. Vemos através dela, mas ela nos separa da verdade." (Khalil Gibran)

2 comentários:

  1. OLá Hugo, lindo texto, a religião deveria unir os homens, elevar a alma, fazer compreender o seu caminhar.
    Fiz um curso de meditação no Raja Yoga , atraves da meditação conheci um Deus irmão, amigo e companheiro, perdi o medo dele, daquele pai severo que não aceita os erros.
    Sempre caminhando e aprendendo mais e mais

    Um grande abraço

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  2. Cris Tarcia o Deus Irmao é o mesmo qie o Deus patriarcal... A forma como nos relaciomamos convosco é que muda o nosso olhar. Belo texto sobre religiao.
    Etmologicamemte a palavra significa religar. O importante dela seria entao exatamemte o contrario do que acontece hoje em dia. Porem, percebo que a uma necessidade avassaladora em quebrar esse tipo de comportamento. Talvez em esferas macro-cosmicas esses tipos de reaçao causem mudanças que ainda nao sabemos. Mas ja devo estar falando complicado... Entao vou me ater a enfatizar a busca de paz de espirito. Não desistam dela.Luz e bem a todos.

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