sábado, 30 de abril de 2011

Um bela definição sobre a MORTE...

Que é, afinal, a morte? Que é essa estranha evaporação de consciência, pela qual, num átimo, o organismo passa do movimento à imobilidade, da sensibilidade à passividade inerte? Olhais assustados aquele corpo morto e em vão lhe pedis que torne a dar à vossa sensação a centelha da vida apagada. No entanto, a matéria está toda ali, no primeiro momento ainda intacta; lá estão todos os órgãos, os tecidos, o plasma; a máquina repousa completa. Falta-lhe apenas a vontade do conjunto, o psiquismo diretor; falta-lhe o poder central; a sociedade apressa-se a dissolver-se, como um exército que perdeu o chefe, no qual cada soldado pensa somente em si mesmo, para reunir-se a outros exércitos, onde quer que os encontre. O esplêndido edifício desaba e outros construtores vizinhos, pouco importa se menos hábeis, correm para recolher material para seus edifícios. Tudo é logo retomado em novo circuito, reutilizado, e revive ao sol. Nada jamais pode morrer. Apenas a unidade coletiva se dissolve nas unidades menores componentes.
Como o que não morre não pode ter nascido, assim o que existia antes do nascimento não pode morrer. O que não nasceu com a vida, não morre quando a vida cessa.
(Extraído do livro "A grande síntese" Pietro Ubaldi)